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Transtorno do Pânico

O Transtorno do Pânico mais frequentemente se inicia depois dos 20 anos de idade, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, portanto, a maioria das pessoas que tem Transtorno de Pânico são adultos jovens na faixa etária dos 20 aos 40 anos e, normalmente, se encontram na plenitude da vida profissional. Em geral as pessoas com esse transtorno são extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos, nem deles nem dos outros.

Os portadores de Transtorno de Pânico costumam ter tendência a preocupações excessivas com problemas do cotidianos, têm um bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis. Frequentemente esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas e emocionais. Psicologicamente eles costumam reprimir os sentimentos, tais como o orgulho, a irritação, frustrações, mágoas e, principalmente, os conflitos íntimos. Geralmente não acreditam na importância dos fatores emocionais sobre seu estado de saúde.

Quadro 1 - Alguns traços de personalidade de pessoas propensas à Síndrome do Pânico

1. - Tendência a preocupação excessiva

2. - Necessidade de estar no controle da situação

3. - Expectativas altas

4. - Pensamento relativamente rígido (dificuldade em aceitar mudanças de opinião)

5. - Reprimem sentimentos pessoais negativos (não sabemos o que estão sentindo)

6. - Julgam-se perfeitamente controladas (duvidam tenham problemas emocionais)

7. - São extremamente produtivas (não relaxam, sempre estão fazendo algo)

8. - Assumem grandes responsabilidades (ocupacionais e familiares)

9. - Perfeccionistas

10.- Exigentes consigo mesmas (consequentemente, com os outros também)

11.- Não aceitam bem os erros ou imprevistos

Para compreender o Transtorno do Pânico é importante entender primeiro como é um ataque de pânico, já que esse transtorno se caracteriza por ataques de pânico recorrentes. Como foi dito, os ataques de pânico são recorrentes (voltam) e essas crises se manifestam por ansiedade aguda e intensa, extremo desconforto, sintomas vegetativos (veja a lista) associados e medo de algo ruim acontecer de repente, como por exemplo da morte iminente, ou passar mal, desmaiar, perder o controle, etc. As crises de ansiedade no Pânico duram minutos e costumam ser inesperadas, ou seja, não seguem situações especiais, podendo surpreender o paciente em ocasiões variadas.

A ansiedade é tanta que os pacientes ficam ansiosos diante da possibilidade de virem a ficar ansiosos. É o famoso,"medo de ter medo". Por causa disso, esses pacientes passam a evitar situações possivelmente facilitadoras da crise, prejudicando-se socialmente e/ou ocupacionalmente em graus variados. É comum que tais pacientes deixem de dirigir, evitem supermercados cheios, evitem aventurar-se pelas ruas desacompanhadas, não conseguem dormir, não entram em avião, não frequentam shows, evitam edifícios altos, não utilizam elevadores e assim por diante. De qualquer forma a mobilidade social e profissional de tais pacientes encontra-se prejudicada de alguma maneira. Esse é o chamado comportamento evitativo.

Os pacientes com Transtorno do Pânico podem necessitar sempre de companhia quando saem de casa e, posteriormente, podem até se recusar a sair de casa devido ao medo de passar mal na rua, de morrer subitamente ou enlouquecer ou perder o controle de repente. Algumas vezes podem apresentar ansiedade antecipatória diante da possibilidade de ter que sair de casa. Normalmente esses pacientes têm muita dificuldade em dormir desacompanhados, procuram insistentemente o cardiologista e recorrem ao auxílio religioso com entusiasmo.

As pessoas que sofrem deste mal costumam fazer uma verdadeira via-sacra a diversos especialistas médicos e, após uma quantidade exagerada de exames médicos negativos, recebem o com frustração o diagnóstico de que não têm nada (organicamente), aumentando ainda mais a insegurança e desespero.

Texto extraído de: Ballone GJ - Síndrome do Pânico - in. PsiqWeb, Internet - disponível em https://www.psiqweb.med.br/, revisto em 20015.

Sugestões para ajudar pacientes com Pânico

Nunca menospreze o problema
A síndrome do pânico não é frescura, bobagem ou loucura. Nunca diga a uma pessoa que apresenta sintomas de pânico que ela não tem nada demais ou que é fraqueza dela. A síndrome do pânico é um problema real que deve ser levado a sério. É importante saber que a pessoa já sofre o bastante com os sintomas da doença, fazê-la se sentir fraca ou perturbada mentalmente é muito cruel e absolutamente desnecessário. A pessoa não é fraca nem covarde, apenas está doente e precisa de ajuda.

Não exerça nenhum tipo de pressão
Se uma pessoa com esse problema diz que não tem condições de fazer algo é porque realmente não tem. A síndrome do pânico não impede o paciente de perceber suas limitações com relação à doença. Não fique insistindo pra ela sair ou desencanar; acredite, ela quer muito isso, mas não está em condições de enfrentar algumas situações sem ter uma crise ou mal-estar. Tenha muita calma.

Evite formas de incentivo grosseiras ou agressivas
Evite tentar incentivá-la "dando um empurrãozinho" ou um "chacoalhão", esperando que assim ela reaja. A pessoa está certamente muito sensibilizada e esse tipo de incentivo pode soar como uma agressão para ela, pois certamente se sentirá fraca diante dos outros. Gritar ou dizer certas coisas em tom muito entusiástico para provocar uma reação pode atrapalhar mais do que ajudar.

Evite contar histórias trágicas ou de enfermidades para quem tem esse problema

Em geral, durante o período de crises, a pessoa fica muito suscetível a incorporar sintomas às suas crises, tem medo de ter a mesma doença que ouviu falar ou de sofrer um acidente como "aquele que aconteceu com a vizinha..."

Mantenha a calma durante as crises
Embora seja difícil, procure manter a calma se a pessoa tiver uma crise. Se você não se abalar , mostrar que está por perto para ajudá-la e conseguir acalmá-la, dar segurança, dificilmente ela terá outra crise perto de você. Se você se envolver no desespero do paciente, dificilmente poderá ajudá-lo. As crises podem demorar um pouco, mas elas passam.

Evite tratar quem tem o problema como um coitadinho

Qualquer ser humano se sente inferiorizado quando sentem pena dele. Cuide da pessoa com confiança em sua recuperação e não como se ela fosse uma vítima das circunstâncias.

Jamais indique medicamentos por conta própria ou por experiências de terceiros
Deve-se sempre consultar um psiquiatra para saber qual o tratamento mais indicado para cada caso.

Seja paciente com a pessoa e consigo mesmo

É preciso ter muita paciência e não é nada fácil entender o que se passa nessa situação. Por isso, se você se sentir impotente ou incapaz de entender e ajudar, saiba que isso é bastante comum. Você jamais deve se sentir um inútil por não poder resolver o problema. A melhor ajuda que você pode dar é manter a calma e confiar muito na recuperação da pessoa, mostrando sempre que você está ali para apoiá-la. Se for necessário, procure um dos grupos de ajuda que estão na página "onde procurar ajuda". Eles também podem ajudar as famílias dos pacientes e dar maiores informações sobre a doença".

Marta Bonfante, uma ex-portadora de Síndrome do Pânico,  texto extraído da página da autora.